Mulher sofre AVC após ser picada por Jararaca
Mulher sofre AVC após ser picada por JararacaMulher sofre AVC após ser picada por Jararaca e não ter soro antiofídico
Katiane Maria Neves Anjos, está internada na UTI do Hospital Regional de Rondonópolis, após ser picada por uma jararaca na garagem de casa, na última sexta (15), por volta das 4h30, quando saia para trabalhar em Primavera do Leste.
Segundo o esposo de Katinene, a família teve que se deslocar até Rondonópolis em busca de soro antiofídico por não ter na unidade hospitalar de Primavera.
Por conta do veneno, Katiane sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e foi para UTI após passar por procedimento cirúrgico. Dionízio afirma que a equipe médica alertou se tratar de um caso muito sério e que a mulher corre risco de vida.
O casal foi até o hospital das Nações, em Primavera, ocasião em que uma médica os atendeu e pediu para Katiane fazer uns exames. O problema, de acordo com o marido, é que na unidade não tinha o soro, nem previsão de quando chegará. “A médica orientou que fossemos para Rondonópolis. Chegamos às 10h30 e minha mulher foi tomar o soro às 11h”, relata.
Ele reclama ainda que ainda na sexta (15) deu entrada no regional um rapaz também picado por cobra. “A médica brincou dizendo que ia dar férias às cobras porque não tinha mais remédio para tanta gente picada”.
Segundo o médico coordenador do Centro de Informações Anti-veneno (Ciove), em Cuiabá, José Antônio de Figueiredo, hoje o abastecimento de soro antiofídico ocorre normalmente, mas há dois anos houve problema não só em Mato Grosso, mas no país todo, por questão de produção e distribuição do ministério da Saúde para os Estados. O centro funciona dentro do Pronto-Socorro da Capital.
O médico explica que a demanda pela procura do soro depende da época do ano, sendo mais acentuada em períodos chuvosos, ocasião em que os acidentes ocorrem, principalmente pela serpente jararaca. Em relação ao fato de Katiane ter tido um AVC após ser picada, José Antônio diz que não tem como prever se a pessoa terá este tipo de reação. “Dentre às complicações, uma delas é o derrame. Mas não que o efeito do soro vá interromper. Para ter um AVC por efeito do veneno, a pessoa tem que ter pré-disposição”.
Segundo ele, o centro recebe a mesma demanda de medicamento que os demais municípios. Atualmente, quando o soro chega a faltar na unidade, uma das possibilidades é a falta de reposição, que deve ser solicitada por cada responsável. “No Ciave semanalmente nós repomos o estoque, porque nos finais de semana, principalmente, aumentam as chances de casos”, conclui.
SES
Sobre o soro antiofídico, a secretaria estadual de Saúde esclarece, através da Vigilância Epidemiológica do Estado, que desde 2014 o ministério da Saúde reduziu a quantidade em todo o país, devido a problemas quanto à produção do antídoto.
Esta diminuição foi ainda maior em 2016, fazendo com que todos os Estados do país concentrassem o soro em hospitais com maior fluxo de atendimento e suporte. A medida também foi adotada em Mato Grosso. Dessa forma, o soro é encaminhado a Regional de Saúde local (no caso de Primavera a Regional é Rondonópolis), que faz a distribuição de acordo com os casos de maior incidência.